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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

COMO AVALIAR UMA TOMOGRAFIA DO CONE BEAM ?

Todo exame tomográfico tem como ponto de partida uma imagem guia, composta por uma escala milimetrada.
A escala milimetrada está localizada no bordo inferior da imagem e serve de orientação para localização dos cortes tomográficos transversais oblíquos que serão efetuados a partir da imagem guia.

Neste caso a imagem guia é um corte coronal (frontal), semelhante a uma radiografia panorâmica ou uma imagem axial com demarcações a cada 5mm .

As imagens visualizadas abaixo representam os cortes tomográficos transversais oblíquos (ou parasagitais)efetuados na imagem guia. Nesse caso foram realizados cortes tomográficos com espessura de 1mm e distância entre cada corte também de 1mm. Essa seleção é feita pelo operador do tomógrafo e permite escolher a distância e a espessura dos cortes que podem ser de 1 ou 2mm.



TC cortes transversais/oblíquos/parasagitais

No canto superior esquerdo desses cortes individualizados aparece um número verde. Ele corresponde a região na escala milimetrada da imagem guia onde foi efetuado o corte tomográfico.

COMO REQUISITAR UMA TOMOGRAFIA DO CONE BEAM ?
Solicitar uma tomografia computadorizada requer atenção em descrever informações essenciais para a aquisição da imagem e posterior interpretação, sendo necessários os seguintes itens:
- Identificar os dados pessoais do paciente: nome, endereço, idade, telefone para contato
- Identificar a finalidade do exame
- Identificar a região de interesse
- Inserir observações ou detalhes importantes como a história clínica e o relato do caso.




INDICAÇÕES DA TOMOGRAFIA CONE BEAM EM ODONTOLOGIA
É um erro pensar que a Tomografia do Cone Beam se limita somente a especialidade da implantodontia, sua interação na verdade ocorre com todas as especialidades da Odontologia, podendo ser empregada em várias situações, como por exemplo:
Localizar elementos dentais inclusos:


 Avaliar o grau de reabsorção radicular de dentes adjacentes a dentes retidos:




Avaliar a relação de dentes inclusos com acidentes anatômicos:




Localizar pequenas trincas e fraturas dento-alveolares:





Visualizar tamanho, forma e número de canais radiculares:

Endodontia (obliteração radicular no 11).

 Determinar quantidade, qualidade e inclinação do rebordo ósseo alveolar:




Observar anomalias da ATM:

Auxiliar no diagnóstico e delimitação das lesões patológicas:

 Avaliar os seis maxilares:



Vista coronal (frontal).



Vista axial


 Observar pacientes portadores de fenda palatina:



 *Determinar quantidade de osso para tracionamento ortodôntico.

*Avaliar relação entre diâmetro das raízes e as tábuas ósseas vestibulares e linguais.

*Avaliar, delimitar e classificar as fraturas ósseas crânio-faciais.

*Verificar a inclinação de dentes comprometidos periodontalmente e sua relação com as tábuas ósseas;

*Análise qualitativa e quantitativa do osso alveolar para colocação de miniimplantes de ancoragem ortodôntica;

*Avaliar movimentação dentária para região de osso atrésico (rebordo ósseo pouco espesso na direção vestíbulo-lingual) ou com invaginação do seio maxilar;

*Realizar planejamento cirúrgico virtual;

***  Nas próximas postagens iremos colocar ilustrações desses últimos casos citados( assinalado em *)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SINUSITE

Sinusite
Sinusite é a inflamação das mucosas dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos.
Os seios da face dão ressonância à voz, aquecem o ar inspirado e diminuem o peso do crânio, o que facilita sua sustentação. São revestidos por uma mucosa semelhante à do nariz, rica em glândulas produtoras de muco e coberta por cílios dotados de movimentos vibráteis que conduzem o material estranho retido no muco para a parte posterior do nariz com a finalidade de eliminá-lo.
O fluxo da secreção mucosa dos seios da face é permanente e imperceptível. Alterações anatômicas, que impedem a drenagem da secreção, e processos infecciosos ou alérgicos, que provocam inflamação das mucosas e facilitam a instalação de germes oportunistas, são fatores que predispõem à sinusite.
Sintomas da Sinusite
As sinusites podem ser divididas em agudas e crônicas.
Na sinusite aguda, costuma ocorrer dor de cabeça na área do seio da face mais comprometido (seio frontal, maxilar, etmoidal e esfenoidal). A dor pode ser forte, em pontada, pulsátil ou sensação de pressão ou peso na cabeça. Na grande maioria dos casos, surge obstrução nasal com presença de secreção amarela ou esverdeada, sanguinolenta, que dificulta a respiração. Febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares e perda de apetite costumam estar presentes.
Na sinusite crônica, os sintomas são os mesmos, porém variam muito de intensidade. A dor nos seios da face e a febre podem estar ausentes. A tosse costuma ser o sintoma preponderante. É geralmente noturna e aumenta de intensidade quando a pessoa se deita porque a secreção escorre pela parte posterior das fossas nasais e irrita as vias aéreas disparando o mecanismo de tosse. Acessos de tosse são particularmente freqüentes pela manhã, ao levantar, e diminuem de intensidade, chegando mesmo a desaparecer, no decorrer do dia.
Recomendações
O mais importante é diluir a secreção para que seja eliminada mais facilmente;Na vigência de gripes, resfriados e processos alérgicos que facilitem o aparecimento de sinusite, beba bastante líquido (pelo menos 2 litros de água por dia) e goteje de duas a três gotas de solução salina nas narinas, muitas vezes por dia. A solução salina pode ser preparada em casa. Para cada litro d'água fervida, acrescente uma colher de chá (09 gramas) de açúcar e outra de sal. Espere esfriar antes de pingá-la no nariz;Inalações com solução salina, soro fisiológico ou vapor de água quente ajudam a eliminar as secreções;Evite o ar condicionado. Além de ressecar as mucosas e dificultar a drenagem de secreção, pode disseminar agentes infecciosos (especialmente fungos) que contaminam os seios da face;Procure um médico se os sintomas persistirem. O tratamento inadequado da sinusite pode torná-la crônica

domingo, 24 de outubro de 2010

Prototipagem
O que é prototipagem?

A prototipagem biomédica corresponde à reprodução em forma e tamanho real de um modelo tridimensional das estruturas anatômicas do corpo humano, a partir da aquisição de uma imagem.

Como obter um protótipo

O primeiro passo consiste em definir a região anatômica de interesse, depois se realiza uma tomografia computadorizada para obtenção de uma imagem que é convertida para linguagem de leitura DICOM - Digital Imaging Communication in Medicine (ou Comunicação de Imagens Digitais em Medicina). Essa imagem DICOM é reconhecida pela máquina de prototipagem que irá reproduzir a peça anatômica tridimensional em tamanho e forma reais.

Saiba mais, acesse:

http://www.bioparts.com.br/
http://www.artis.com.br/
http://www.dentalslice.com.br/

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tomografia Computadorizada


Hounsfield, prêmio Nobel de 1979, desde a década de 60 do século passado, voltou seus estudos para a aquisição e avaliação das imagens tomográficas. Tomografia significa a imagem gerada em um corte de um tecido. Assim sendo, a aquisição volumétrica permite a obtenção de imagens tridimensionais de um corpo, sem a sobreposição de estruturas anatômicas e proporcionando a diferenciação de tecidos, moles e duros. Para uma tomografia, a fonte de raios-X e os detectores fazem um movimento sincronizado rotacional sobre o paciente, o qual deverá permanecer imóvel durante a aquisição.
Tomografia Computadorizada espiral, popularmente conhecida como tomografia médica, as imagens são adquiridas através de um feixe em forma de leque (fan beam). Nesta técnica de multislice, as imagens obtidas (slices) são, através de um software, reunidas após a sua obtenção. De um modo geral, o paciente que encontra-se deitado sobre uma maca móvel, a qual desloca-se para o interior de um gantry, onde está localizada a fonte de raios-X e os detectores. Esta fonte de raios-X emite feixes de 120 Kv com 200mA. Desta forma todo o objeto é tomografado, com um ganho nas imagens para tecidos duros e tecidos moles. O inconveniente é o “pânico” sentido por certos pacientes quando do deslocamento da maca para o interior do gantry, sendo, muitas vezes, necessário abortar o exame.
Tomografia Computadorizada por feixe cônico (cone beam) a imagem é adquirida por um feixe de raios-X de forma cônica, o qual é produzido num ângulo constante de 14º, sobreposto a um filtro de alumínio. Os raios-X são capturados por um intensificador de imagens ou uma placa amorfa de silício ou selênio, (flat panel), no caso do i-Cat. Durante a tomada da imagem, é emitido um feixe com 120 Kv com 18,45 mA. Esta imagem é enviada para o software do aparelho que a fatia em slices, com cortes de espessura de 1 mm, em intervalos pré-determinados. Há aparelhos que adquiram a imagem com o paciente deitado e maca móvel, entretanto, na maioria dos tomógrafos cone beam faz-se a aquisição com o paciente sentado, o que os torna menos estressados.
Quando da solicitação de um exame, é necessário que o colega requisitante especifique a região de interesse, relacionado-a com o seu objetivo, quer seja a verificação e espessura e altura óssea para a colocação de implantes ou a pesquisa de dentes inclusos ou de patologias ou ATMs, etc. Isto é importante para que a aquisição do exame seja feito com a menor dose capaz de fornecer um diagnóstico. A colimação ou campo de visão ou mesmo FOV (field of view), o tempo de exposição e o tamanho dos voxels serão determinados de acordo com o objetivo do exame. Caso a solicitação seja feita para fins ortodônticos, o FOV será de 22 cm, o tempo de exposição será de 40 segundos com um voxel de 04 mm. Caso a solicitação seja feita para a pesquisa de áreas para a colocação de implantes na maxila ou na mandíbula, o FOV será de 6 cm, o tempo de exposição será de 20 segundos com um voxel de 0,3 mm. É interessante comentar que quando estivermos diante de aquisições planas (radiografia convencional, por exemplo) a reconstituição da imagem será feita através de pixels (picture elements), nos eixos x e y (abscissa e coordenada). Um pixel tem altura e largura, contudo, quando estivermos diante de aquisições volumétricas (Tomografia Computadorizada) a reconstituição da imagem será feita através de voxels (volumetric elements), nos eixos x, y e z. Um voxel tem altura, comprimento e profundidade. Um voxel tem a forma geométrica de um cubo e é constituído, portanto, de 6 pixels.
Com a globalização, houve a necessidade de tornar a imagem tridimensional operável. Deste modo para definir um padrão tecnológico global que permitisse operabilidade dos sistemas para a produção, o armazenamento, a visualização, o processamento, o envio e a impressão destas imagens, foi criado em 1993 o padrão DICOM (Digital Imagining and Comunication in Medicine). Assim, a partir de imagens adquiridas por quaisquer sistemas, a transformação destas imagens em formato DICOM permite garantir a integridade dos dados presentes no exame do paciente (valor legal) bem como a portabilidade, o que irá permitir que o exame seja aberto tanto nas estações de trabalho como em computadores pessoais ou enviado a outros centros de diagnóstico.


Termos em Tomografês:


• Hiperdenso - corresponde ao radiopaco das radiografias.
• Hipodenso - corresponde ao radilúcido das radiografias.
• MIP - Maximum Intensity Projection, serve para dar a imagem variações de transparência, assemelhando à imagem das radiografias.
• FOV - corresponde a colimação ou campo de visão do aparelho.
• DICOM - Digital Imagining and Comunication in Medicine, é o formato no qual as imagens ganham portabilidade.
• Reconstrução em 3D - volume rendering, processo de visualização tridimensional baseado no valor de cada voxel, baseado na reflexão da luz sobre a sua superfície.


Vantagens da Tomografia Computadorizada obtida no i-Cat:


• Baixa dose efetiva - equivale a 3 radiografias panorâmicas, em média.
• Rapidez na aquisição do exame - tempo máximo = 40 segundos.
• Aquisição da imagem com o paciente sentado.
• Acessível a pacientes especiais (aquisição em cadeira de rodas).
• Imagens sem ampliação ou distorção (escala 1:1).
• Reconstruções em 3 D.
• 14 bits - maior nitidez e contraste, em escala de cinza.
• Geração de imagens DICOM - portabilidade.
• Manuseio e mensuração em softwares _ i-Cat Vision e Dental Slice.
• Prototipagem - planejamento para cirurgia guiada.


Indicações:

• Implantodontia
• Ortodontia
• Endodontia
• Patologia
• Cirurgia
• Odontopatologia
• Periodontia
• Estudo das ATMs

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Principais vantagens entre a tomografia cone beam sobre a tomografia médica tradicional

Principais vantagens entre a tomografia cone beam sobre a tomografia médica tradicional
1. Aparelhos mais compactos
2. Maior resolução (voxel isotrópico e isomórfico), acarretando maior nitidez das imagens
3. Pequeno FOV – possibilidade de imagens somente da região de interesse
4. Menor quantidade de artefatos  metálicos
5. A maioria dos aparelhos o paciente é posicionado sentado e não deitado como na TC médica, aumentado o conforto e aceitação dos pacientes. Os exames de ATM e dos seios maxilares são mais precisos com o paciente em posição vertical.
6. Menor tempo de exposição  e menor  dose de radiação do que a TC médica.

Exames radiográficos tradicionais versus tomografia cone beam
As radiografias extrabucais e intrabucais são exames de grande valia para a odontologia. Muitos cirurgiões-dentistas reconhecem que apesar dos benefícios, estes exames apresentam grandes limitações, principalmente devido à sobreposição de imagens. Outras limitações presentes, envolvem a necessidade de extensa perda óssea, de 30% a 50%, para que a imagem de rarefação comece a aparecer em um exame radiográfico periapical . A tomografia cone beam permite uma  alta acurácia  frente a outros métodos de obtenção de imagem, distinção entre os tons de cinza, com tecidos com diferenças de densidade da ordem 0,5%, sendo que na radiologia convencional este limite situa-se entre 5% a 10% . Então a tomografia chega a ser de 10 a 20 vezes mais sensível que o exame convencional para verificação de variações tonais. Muitas outras limitações inerentes as radiografias convencionais incluem dentes com fraturas, periodontites ocultas apicais, reabsorções, entre outras.
Uma desvantagem da tomografia cone beam em relação aos exames radiográficos convencionais é a formação de artefatos (bem mais evidentes na tomografia médica) que acontecem principalmente próximos de corpos de alta densidade, como os metálicos (núcleos intraradiculares, coroas e restaurações metálicas).  Este efeito é chamado de “beam hardening” ou endurecimento do raio. O beam hardening  pode acontecer de forma discreta devido a presença de esmalte com grande espessura, como superfície oclusal  de pré-molares e molares, com projeção de uma imagem radiolúcida, escura, em um dente vizinho, semelhante a uma cárie, razão esta que ainda podem ser necessárias tomadas radiográficas interproximais ou periapicais complementares. O radiologista deve estar preparado para identificar o formato deste efeito, que tem a formação da imagem de acordo com as características dos corpos vizinhos, através do rastreamento tridimensional. Estes artefatos tendem a diminuir com a sofisticação dos softwares e sensores. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A importância da radiografia panorâmica na Odontologia
A radiografia panorâmica é um importante exame radiográfico utilizado para o diagnóstico e planejamento terapêutico das doenças dos dentes e dos ossos da face. Atualmente, a maioria dos dentistas solicita esse exame no início e no controle dos tratamentos odontológicos.
O que é radiografia panorâmica e quais são as suas vantagens?
O exame ortopantomográfico, mais conhecido como radiografia panorâmica, é um exame útil e bastante prático para complementar o exame clínico no diagnóstico das doenças dos dentes (cáries ou doenças endodônticas) e dos ossos da face. Através desse exame, o dentista pode visualizar todos os dentes de uma só vez, inclusive os que ainda não estão erupcionados. Cáries, fraturas dentais, infecções ou outras doenças dos ossos que sustentam os dentes podem ser visualizadas e, muitas vezes, diagnosticadas.
Além do diagnóstico das lesões dentais, quais as outras indicações das radiografias panorâmicas?
Praticamente no diagnóstico de todas as lesões dos ossos da maxila e mandíbula. Através desse exame, pesquisam-se reabsorções ósseas e radiculares, cistos, tumores, inflamações, fraturas pós-acidentes, distúrbios da articulação temporomandibular (que causam dor na região de ouvido, face, pescoço e cabeça) e sinusite. É comum solicitá-lo também como exame pré-operatório em cirurgias dos dentes e ossos.
Nas crianças, quando são indicadas as radiografias panorâmicas?
Em odontopediatria esse exame tem amplas indicações, tanto na prevenção como no diagnóstico de distúrbios dentais e faciais. O Odontopediatra pode fazer o “pré-natal” dos dentes, examinando-os mesmo antes que eles erupcionem, podendo analisar sua localização, forma, angulação e a presença de dentes extranumerários (dentes que excedem o número normal) ou agenesia (falta do germe dentário) e assim prevenir ou atenuar futuros problemas estéticos e/ou relacionados à Articulação Temporo mandibular (ATM) O estudo dos ossos na procura por lesões intra-ósseas, como cistos e tumores, também faz parte de uma boa odontologia preventiva.
 Fig. 1. radiografia panorâmica
Existe algum perigo quando se realiza a radiografia panorâmica?
Atualmente, com os modernos aparelhos de raios X, a proteção dos aventais de chumbo e os filmes mais sensíveis, esse método é bastante seguro. Nas mulheres grávidas, optamos por realizá-lo depois do terceiro mês de gestação ou após o parto, dependendo da necessidade do caso e sempre observando as medidas de segurança.
É um exame caro? Não. Se compararmos os benefícios que ele proporciona, veremos que o preço é acessível para a população. Além das clínicas particulares, existem órgãos públicos e faculdades de Odontologia que dispõem de aparelhagem necessária para realizá-lo. 

domingo, 3 de outubro de 2010

RADIOLOGIA DIGITAL

Após a invenção do tomógrafo computadorizado, vários métodos de produção de imagens foram desenvolvidos, como a Ressonância Nuclear Magnética (RNM), que produz cortes tomográficos a partir de campos magnéticos, a ultra-sonografia, e a cintilografia que, com o uso de isótopos radioativos possibilita, além de gerar imagens de estruturas anatômicas, a avaliação da função orgânica. Entre estas últimas destaca-se o SPECT e o PET.
Esta melhoria na tecnologia da computação levou a uma tendência para a geração de imagens digitais, e os exames tradicionais de raios X podem agora ser adquiridos e processados pelo computador. A aquisição e análise de imagens digitais de raios X formam a base do campo chamado radiologia digital.
A imagem digital pode ser considerada como sendo uma matriz cujos índices de linhas e colunas identificam um ponto na imagem e o correspondente valor do elemento da matriz identifica o nível de cor naquele ponto. Os elementos dessa matriz digital são chamados de elementos da imagem, elementos da figura "pixels". A essa grade de quadrados chamamos de "imagem matriz", e cada quadrado na imagem é chamado de pixel. O pixel é a abreviatura para “Picture element” ou elemento de uma imagem. É a menor parte de uma imagem digital e cada um destes pontos contém informações que determinam suas características.

Quanto mais pixels por polegada tiver uma imagem melhor será a qualidade ou resolução.

A imagem médica produzida por equipamentos que realizam cortes seccionais traz consigo uma informação de profundidade. A imagem bidimensional que se vê na tela ou filme radiográfico, quando carrega consigo este tipo de informação recebe o nome de voxel. Enquanto que o pixel representa a menor quantidade de informação por unidade de medida quadrada o voxel é a menor quantidade de informação que uma imagem pode ter por unidade de medida cúbica
   O Aparelho de Raios-X Digital é uma eficiente máquina que não utiliza filmes nem produtos químicos para revelação, contribuindo, assim, para a preservação do planeta. Opera com uma placa de fósforo em processo semelhante ao scanner fotográfico. Assim que o técnico dispara o RX, a placa grava a imagem que será visualizada no monitor. Em menos de um minuto o médico terá na tela de seu computador a radiografia solicitada, com alta qualidade de imagem, contraste e definição de detalhes impensáveis na radiografia comum.
As formas de aquisição de uma imagem radiográfica digital são duas:
n  Radiografia Digital – DR (do inglês: Digital Radiology) - Imagens adquiridas por aparelhos de raios-X que, ao invés de utilizar filmes radiográficos, possuem uma placa de circuitos sensíveis aos raios X que gera uma imagem digital e a envia diretamente para o computador na forma de sinais elétricos.
n  Radiografia Computadorizada – CR (do inglês Computerized Radiology) - Neste processo, utilizam-se os aparelhos de radiologia convencional (os mesmo utilizados para produzir filmes radiográficos), porém substituem-se os “chassis” com filmes radiológicos em seu interior por “chassis” com placas de fósforo.

Chassis com placas de fósforo
Equipamento para leitura de placas de fósforo e produção de imagem digital
Processo de leitura das placas de fósforo e conversão de sinal analógico em digital


sábado, 2 de outubro de 2010

Principios da Formação de Imagem em Tomografia Computadorizada

Godfrey Hounsfield é que desenvolveu esta técnica de obtenção de imagens em 1972. Na verdade os princípios físicos da tomografia computadorizada são os mesmos da radiografia convencional. Para a obtenção de imagens são utilizados os raios-x. Enquanto na radiografia convencional ou simples o feixe de raio-x é piramidal e a imagem obtida é uma imagem de projeção, na tomografia computadorizada o feixe é emitido por uma pequena fenda e tem a forma de leque.

Na tomografia computadorizada o tubo de raio-x gira 360o em torno da região do corpo a ser estudada e a imagem obtida é tomográfica ou seja “fatias” da região do corpo estudada são obtidas. Em oposição ao feixe de raios-x emitidos temos um detector de fótons que gira concomitantemente ao feixe de raios-x. Como na radiografia convencional as características das imagens vão depender dos fótons absorvidos pelo objeto em estudo.

Dessa forma, os fótons emitidos dependem da espessura do objeto e da capacidade deste de absorver os raios-x. Os detectores de fótons da tomografia computadorizada transformam os fótons emitidos em sinal analógico (quanto mais Rx chega, maior é a diferença de potencial, ou voltagem que cada detector fornece ao computador) e depois digital (o computador converte os valores de voltagem, contínuos, em unidades digitais, vistas abaixo).
Como dito anteriormente, para a formação da imagem de tomografia computadorizada a emissão do feixe de raio-x é feita em diversas posições, posteriormente as informações obtidas são processadas utilizando uma técnica matemática chamada de  projeção retrógrada, ou outras, como a transformada de Fourier.
Um tomógrafo é formado por um tubo no interior do qual  há um anel no qual estão localizados em posições opostas o emissor do feixe de raio-x e os detectores, sendo que este conjunto gira 360 graus para a obtenção da imagem.
Atualmente há vários tipos de tomógrafo: convencional ou simplesmente tomografia computadorizada, tomografia computadorizada helicoidal, tomografia computadorizada “multi-slice” e tomógrafos mais sofisticados, como “ultra-fast” e “cone-beam”. Na tomografia helicoidal além do tubo de raio-x e os detectores girarem, a mesa também é deslocada e a trajetória do feixe de Rx ao redor do corpo é uma hélice (ou espiral, senso lato).
fonte                                                                       detectores

Figura 1: esquema da fonte e detectores de um tomógrafo

Características das Imagens Tomográficas


            Entre as características das imagens tomográficas destacam-se os pixels, a matriz, o campo de visão (ou fov, “field of view”), a escala de cinza e as janelas.
            O pixel é o menor ponto da imagem que pode ser obtido. Assim uma imagem é formada por inúmeros pixels. O conjunto de pixels está distribuído em colunas e linhas que formam a matriz. Quanto maior o número de pixels numa matriz melhor é a sua resolução espacial, o que permite um melhor diferenciação espacial entre as estruturas.
             O campo de visão (FOV) representa o tamanho máximo do objeto em estudo que ocupa a matriz,
 por exemplo, uma matriz pode ter 512 pixels em colunas e 512 pixels em linhas, e se o campo de visão for de 12 cm, cada pixel vai representar cerca de 0,023 cm (12 cm/512). Assim para o estudo de estruturas delicadas como o ouvido interno o campo de visão é pequeno, como visto acima enquanto para o estudo do abdômen o campo de visão é maior, 50 cm (se tiver uma matriz de 512 x 512, então o tamanho da região que cada pixel representa vai ser cerca de 4 vezes maior, ou próximo de 1 mm).
Em relação às imagens, existe uma convenção para traduzir os valores de voltagem detectados em unidades digitais. Dessa forma, temos valores que variam de –1000, onde nenhuma voltagem é detectada: o objeto não absorveu praticamente nenhum dos fótons de Rx, e se comporta como o ar; ou  um valor muito alto, algo como +1000 ou mais, caso poucos fótons cheguem ao detector: o objeto absorveu quase todos os fótons de Rx. Essa escala onde –1000 é mais escuro, 0 é um cinza médio e +1000 (ou mais) é bem claro. Dessa forma quanto mais Rx o objeto absorver, mais claro ele é na imagem. Outra  vantagem é que esses valores são ajustados de acordo com os tecidos biológicos.
A escala de cinza é formada por um grande espectro de representações de tonalidades entre branco, cinza e o preto. A escala de cinzas é que é responsável pelo brilho de imagem. Uma escala de cinzas foi criada especialmente para a tomografia computadorizada e sua unidade foi chamada de unidade Hounsfield (HU), em homenagem ao cientista que desenvolveu a tomografia computadorizada. Nesta escala temos o seguinte:

-zero unidades Housfield (0 HU) é a água,
-ar -1000 (HU),
-osso de 300 a 350 HU;
-gordura de –120 a -80  HU;
-músculo de 50 a 55 HU.

Janelas são recursos computacionais que permitem que após a obtenção das imagens a escala de cinzas possa ser estreitada facilitando a diferenciação entre certas estruturas conforme a necessidade. Isto porque o olho humano tem a capacidade de diferenciar uma escala de cinzas de 10 a 60 tons (a maioria das pessoas distingue 20 diferentes tons), enquanto na tomografia no mínimo, como visto acima há 2000 tons. Entretanto, podem ser obtidos até 65536 tons – o que seria inútil se tivessemos que apresentá-los ao mesmo tempo na imagem, já que não poderíamos distingui-los. A janela é na verdade uma forma de mostrar apenas uma faixa de tons de cinza que nos interessa, de forma a adaptar a nossa capacidade de visão aos dados obtidos pelo tomógrafo.
Numa janela define-se a abertura da mesma ou seja qual será o número máximo  de tons de cinza entre o valor númerico em HU do branco e qual será o do preto. O nível é definido como o valor (em HU) da média da janela.
O uso de diferentes janelas em tomografia permite por exemplo o estudo dos ossos com distinção entre a cortical e a medular óssea ou o estudo de partes moles com a distinção, por exemplo, no cérebro entre a substância branca  e a cinzenta. A mesma imagem pode ser mostrada com diferentes ajustes da janela, de modo a mostrar diferentes estruturas de cada vez. Não é possível usar um só ajuste da janela para ver, por exemplo, detalhes ósseos e de tecido adiposo ao mesmo tempo.
As imagens tomográficas podem ser obtidas em 2 planos básicos: o plano axial (perpendicular ao maior eixo do corpo) e o plano coronal (paralelo a sutura coronal do crânio ou seja é uma visão frontal). Após obtidas as imagens, recursos computacionais podem permitir reconstruções no plano sagital (paralelo a sutura sagital do crânio) ou reconstruções tri-dimensionais.
Como na radiografia convencional o que está sendo analisado são diferenças de densidade, que podem ser medidas em unidades Hounsfield.
Para descrever diferenças de densidades entre dois tecidos é utilizada uma nomeclatura semelhante à utilizada na ultrassonografia: isoatenuante, hipoatenuante ou hiperatenuante. Isoatenuante é utilizada para atenuações tomográficas semelhantes. Hipoatenuantes para atenuações menores do que o tecido considerado padrão e hiperatenuante para atenuações maiores que o tecido padrão (geralmente o órgão que contém a lesão é considerado o tecido padrão, ou quando isto não se aplica, o centro da janela é considerado isoatenuante).